Mas que filmaço! Decerto, um dos melhores dos últimos tempos. Em duas palavras: arrebatador e brutal. Brutal em vários sentidos. Por um lado, extraordinário e, por outro, é brutal no verdadeiro sentido da palavra, de brutalidade, de realidade. Waltz with Bashir lembrou-me de uma maneira extremamente desconfortável que existe uma realidade, noutra parte do mundo, que eu ignorava ou queria ignorar. A guerra.
Como diz a maria, "todos vivemos numa bolha" e agora percebi quão pequena e cor-de-rosa é a minha. A guerra existe mesmo, não é só uma memória de pessoas como o meu pai que acabam por tornar as suas histórias em coisas leves e engraçadas. A guerra é uma coisa brutal, pessoas como cada um de nós, membros de famílias como as nossas morrem. E isso não é nada cor-de-rosa. E perceber isto é fazer silêncio quando o filme acaba e sentir-se pequeno, irrelevante e vazio. Foi assim que me senti quando as letras amarelas dos créditos começaram a percorrer o ecrã e é por isso que Waltz with Bashir é um grande filme.
Ainda não vi mais nenhum dos filmes candidatos ao Oscar de melhor filme estrangeiro, mas este é já merecedor do prémio.