Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Hoje apetece-me ter um blog.

Hoje apetece-me ter um blog.

17 Jul, 2011

Sbsr #17

Resumir a edição de 2011 do festival Super Bock Super Rock não é muito complicado:
- melhor concerto (previsivelmente) e concerto mais participado: Arcade Fire
- concerto mais desfrutado ( e \'desfrutável\' apesar do público ter sido terrível): Chromeo
- vergonha (a minha) por não conhecer realmente a banda: The Vaccines
- a descoberta: Nicolas Jaar
- soube-me a pouco: Beirut
- meia desilusão: The Strokes
- da próxima fico à frente: Arctic Monkeys
- overdose de: pó
13 Jul, 2011

Os 23 anos...

Ainda não cheguei aos 23 anos, mas à medida que os meus amigos que nasceram no mesmo ano que eu vão chegando, a minha reflexão vai progredindo. Não é que goste de sofrer por antecipação, é mais que gosto de pensar em coisas que não ajudam a mudar o mundo.

Essas minhas sessões de pensamento mais ou menos inútil conduziram-me à seguinte conclusão: "os 23 anos fazem parte do 'no man's land' das idades". O 'no man's land' das idades é, basicamente, o período que inclui as idades "sem personalidade". Os 20s marcam a transição entre a juventude e a adultez. Quando convém, diz-se que uma pessoa de 20 e poucos anos é um jovem, quando não convém, diz-se que se trata de um adulto responsável.

Durante a infância, dizem, a nossa consciência ainda não nos permite ser responsáveis porque ainda estamos a aprender o verdadeiro significado do conceito "responsabilidade". Depois disso, durante os "teen" temos direito a fazer dramas para aprender o que é isso de responsabilidade e a sociedade perdoa-nos as crises a que chama de "crises da adolescência". Depois disso, as crises começam a ser um caso mais sério e a responsabilidade é uma característica essencial do cidadão. Ainda assim, é comum falar-se da "crise dos 30" ou da "crise da meia-idade", etc. Nunca se ouve falar da "crise dos 20" ou da "crise dos 23".

Conclui-se, portanto, que o período que forma a "no man's land das idades" corresponde ao período da vida em que o potencial de felicidade atinge o seu pico. É o único período em que a consciência totalmente desenvolvida e conhecedora do conceito "responsabilidade" se consegue descolar das crises. Depois da crise da adolescência, sendo olhado como uma pessoa a ter em conta e com um contributo a dar ao mundo, mas ainda longe da crise dos 30, alguém com uma idade entre os 20 e os 25 pode ser a pessoa mais feliz do mundo.

Por outro lado, pensar que chegar ao 23 me deixa um ano mais perto dos 25 e do fim do potencial máximo de felicidade deixa-me num estado próximo daquilo que se poderia chamar de "crise."

... começam a tornar-se estranhos. Na verdade, não é bem aos hábitos de viagem que me refiro, mas aos padrões que definem e caracterizam as minhas viagens, que começam a transformar-se em hábitos. Hábitos esses que eu gostava de não ter. Falo, nomeadamente, do meu mais recente hábito de perder alguma coisa de cada vez que viajo. Apercebi-me deste padrão na minha última viagem, até à Finlândia.
No espaço de um ano já perdi a carteira e o guarda-chuva em Veneza, a tampa da lente da máquina fotográfica em Dusseldorf, e o lenço/echarpe/manta de piquenique em Helsínquia. O bright side deste padrão é que a tendência parece ser a perder coisas cada vez menos valiosas. Pode ser que, da próxima vez, o valor perdido seja 0 e se traduza em não perder nada.