Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

Hoje apetece-me ter um blog.

Hoje apetece-me ter um blog.

26 Fev, 2011

Recapitulando

Há uma eternidade que não escrevo aqui. Já vai sendo tempo de fazer um pequeno resumo dos últimos tempos e acrescentar um ponto da situação.

Não é que não tenha acontecido nada ultimamente, pelo contrário, acho que o impulso blogueiro é que é muito temperamental. Aproveitemos então agora que ele parece estar acordado...

 

Bom, parece que desde novembro/dezembro que não ponho novidades aqui. Soa a fora de prazo se fizer algum relato agora. Mas posso fazer um pequeno resumo.

 

Faz hoje, precisamente, 6 meses que cheguei a Copenhaga. Acho que me lembro dos meus dois primeiros dias na capital dinamarquesa com pormenor raro. Sendo a minha memória, provavelmente, uma das piores do mundo, tal acontecimento é, no mínimo, notável. Espero também que signifique que essas memórias não vão desaparecer tão cedo.

Nos últimos tempos houve tempo para tentar perceber Copenhaga e a Dinamarca, tentar perceber os Dinamarqueses, a língua dinamarquesa e a diversidade cultural, juntamente com a adaptação à meteorologia semi-escandinava. Quase todos estes "tentar" acabaram em fracasso. 

 

Copenhaga é uma cidade pequena mas, apesar disso, a percentagem que conheço é bem modesta. Se me perguntarem quais são os locais obrigatórios em Copenhaga, estou certa que a minha resposta estará, na melhor das hipóteses, muito incompleta.

Gosto de procurar desculpas para este tipo de coisas. Encontro-as sempre. Mas são sempre demasiado esfarrapadas e existem apenas para me convencer que não fui uma má "imigrante". Como, independentemente das desculpas esfarrapadas que encontre, a verdade é que fui uma "má imigrante", o melhor é não ir por aí.

 

Não sei se Copenhaga é um bom exemplo daquilo que é a Dinamarca. Ainda não saí de Copenhaga para comprovar. O meu entendimento do país onde estou está, portanto, limitado e. talvez, distorcido. No entanto, há uma série de factos que, julgo, identificam e descrevem a Dinamarca que julgo ter percebido e absorvido. Um deles tem a ver com os ódios de estimação/competição entre as diferentes ilhas. Outros exemplos passam pela gastronomia e a obsessão pelo bacon, a confiança cega entre as pessoas que conduz ao sentimento generalizado de segurança, as regras do sistema de segurança social, os impostos pagos à igreja, o trânsito das bicicletas, os animais de estimação, os respeito pelas regras e, acima de tudo, as portas automáticas.

 

Perceber os dinamarqueses é o passo que vem naturalmente depois de perceber o país, espero. Como ainda estou na primeira fase, posso apenas avaliar características óbvias em que reparei porque corresponderam totalmente às minhas expectativas. Falo de características físicas principalmente. Sim, os meninos e as meninas são maioritariamente louros, altos e de olhinho azul. No entanto, avaliando pela quantidade de casais de "raças" misturadas que já vi, daqui a algumas gerações tudo vai mudar. Daqui concluo também que há uma certa tendência generalizada para gostar de coisas tidas como "exóticas" (pessoas baixas e morenas incluem-se neste grupo).

 

Quando cheguei a Copenhaga, no fim de agosto, vinha cheia de vontade de aprender dinamarquês. Pouco depois, surgiu a oportunidade de frequentar, gratuitamente, um curso de dinamarquês para estrangeiros (mais uma das super vantagens do maravilhoso sistema de segurança social). Obviamente, não desperdicei essa oportunidade. Tive aulas de dinamarquês semanalmente entre setembro e dezembro. Em janeiro, quando chegou a altura de fazer exame oral e comprovar que tinha aprendido dinamarquês, rendi-me às evidências e desisti. O dinamarquês é uma língua demasiado vomitada. Sinto que, por muitas aulas que tenha e por muito que pratique a pronúncia, nunca vou conseguir fazer os sons super estranho de quem vai vomitar que eles usam.

 

O tempo é, juntamente com a língua, um daqueles factores que realmente custa a adaptar. Quando eu achava que já estava quase mestre da resistência ao frio e, consequentemente, mais próxima de ser uma "quase escandinava", eis que os meus pés voltam à terra, volta a nevar depois de uns dias de sol e eu desisto de me enganar. Nunca vou ser escandinava. Estou farta de neve e frio. Quero a Primavera. 

 

 

 

(Não é que normalmente escreva bem, mas noto que se nota que não escrevo há muito tempo. Peço desculpa.)