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Hoje apetece-me ter um blog.

Hoje apetece-me ter um blog.

30 Ago, 2010

Copenhaga 2

Copenhaga é uma cidade engraçada.

Acho que aquilo que mais me agrada é o facto do "alternativo", aqui, ser mainstream e, por isso, de fácil acesso.

 

Comecei a perceber a 'alternatividade' da cidade quando vi o meu "quarto temporário".

Estou, até encontrar um espacinho para mim, numa sala que era, até eu chegar, uma sala de arrumos, cheia de tralha. Agora, além da tralha estamos eu, uma cama e as minhas malas. A minha porta é a moldura e suporte de um antigo espelho que se estragou e agora já não tem vidro. Mais alternativo que isto era difícil...

Apesar de tudo, o sítio é até jeitosinho e confortável. Tenho até direito a rede wireless gratuita.

 

Os prédios, aqui, tem uma óptima vista para o prédio em frente. Todas as janelas são indiscretas mas as pessoas não se preocupam. Na primeira vez que fui à janela tive vontade de dizer adeus ao vizinho da frente mas contive-me. Toda a gente tem acesso à vida dos outros mas ninguém quer saber disso.

 

 

Estes primeiros dias têm servido para destruir os preconceitos. Eu julgava, por exemplo, que as meninas iam ser tão ou mais brancas que eu e enganei-me. Também julguei que todos fossem mais altos do que realmente são. Aqui sou tão baixa como em Portugal.

Surpreendeu-me a simpatia dinamarquesa. Estava à espera de um povo tão ou mais frio que o alemão (ponto de comparação que tenho usado muito ultimamente) mas não encontrei nada disso. Os dinamarqueses são incrivelmente acessíveis e falam com qualquer pessoa sem reservas. Até a mandar pessoas embora de um sítio são simpáticos!

Agora, sim, a primeira parte do relato da emigração.

Há tanto tempo que não escrevo estas coisas que já nem sei bem como ou por onde começar...

 

 

Às vezes, parece que há dias em que a vida acontece mais depressa. Os últimos dias têm sido dias desses.

 

Primeiro, apanhar o avião foi uma maratona que resultou numa viagem em primeira classe; depois tive até direito a visita guiada à cidade. No dia seguinte, qual emigrante clandestina, perdi o dia inteiro para conseguir pedir uma simples autorização de residência. Sexta-feira foi o dia do excesso de informação. Sábado e Domingo, dias de descanso, foram dias de turismo intensivo.

 

 

A maratona pré avião foi hilariante e deprimente. Primeiro, cheguei ao aeroporto bem cedinho e cheia de companhia. Pensava que ia ter tempo de sobra para fazer todas as coisas que se fazem antes de uma viagem de avião no aeroporto e muito mais.

A utilidade de ser acompanhada até ao aeroporto é que os momentos de espera são muito menos entediantes quando temos companhia. Estavam a fazer controlo das entradas na zoa de check-in, de modo que toda a utilidade foi por água abaixo - acabei por ter de esperar eu e a companhia. Começou mal. A fila estava gigante porque tinha destinado todos os voos para a UE para os mesmos balcões. Uma vez no balcão, mandaram-me esperar mais porque, por qualquer razão, não podiam ainda atribuir os lugares aos passageiros. Quando finalmente tudo voltou ao normal, a senhora pôs-me num lugar de primeira classe. Não tive de pagar os 5 Kg de bagagem que tinha a mais e ainda tive direito a uma refeição mais jeitosinha e a entrar no avião sem passar por filas intermináveis. Pena foi que eu não sabia deste último pormenor até estar extremamente atrasada por ter estado numa fila gigante para a segurança.

Nessa fila gigante encontrei um companheiro de maratona, igualmente com destino a mestrado de 2 anos em Copenhaga.

Só quando tentámos a nossa sorte e fugimos à fila porque estávamos demasiado atrasados é que o senhor segurança nos disse que nós, passageiros da classe 'business' passávamos por um controlo diferente, praticamente sem fila. No fim, ainda chegámos a tempo ao avião, houve quem chegasse depois de nós e ainda tivémos com quem falar durante as 3h que durou o voo.

 

Em Copenhaga tive, pela primeira vez na minha vida, alguém à minha espera no aeroporto. Pela primeira vez, também, estava lá alguém que nunca tinha conhecido antes. O Facebook é realmente uma ferramenta maravilhosa. Resultado: tive direito a guia até ao sítio onde estou a ficar e pela cidade.

 

Foi um bom postal de boas-vindas, no fim de tudo.

29 Ago, 2010

Copenhaga 1

Serve este post apenas para expressar a minha surpresa relativamente à quantidade de pedidos de relatos da minha nova experiência escandinava.