Copenhaga 2
Copenhaga é uma cidade engraçada.
Acho que aquilo que mais me agrada é o facto do "alternativo", aqui, ser mainstream e, por isso, de fácil acesso.
Comecei a perceber a 'alternatividade' da cidade quando vi o meu "quarto temporário".
Estou, até encontrar um espacinho para mim, numa sala que era, até eu chegar, uma sala de arrumos, cheia de tralha. Agora, além da tralha estamos eu, uma cama e as minhas malas. A minha porta é a moldura e suporte de um antigo espelho que se estragou e agora já não tem vidro. Mais alternativo que isto era difícil...
Apesar de tudo, o sítio é até jeitosinho e confortável. Tenho até direito a rede wireless gratuita.
Os prédios, aqui, tem uma óptima vista para o prédio em frente. Todas as janelas são indiscretas mas as pessoas não se preocupam. Na primeira vez que fui à janela tive vontade de dizer adeus ao vizinho da frente mas contive-me. Toda a gente tem acesso à vida dos outros mas ninguém quer saber disso.
Estes primeiros dias têm servido para destruir os preconceitos. Eu julgava, por exemplo, que as meninas iam ser tão ou mais brancas que eu e enganei-me. Também julguei que todos fossem mais altos do que realmente são. Aqui sou tão baixa como em Portugal.
Surpreendeu-me a simpatia dinamarquesa. Estava à espera de um povo tão ou mais frio que o alemão (ponto de comparação que tenho usado muito ultimamente) mas não encontrei nada disso. Os dinamarqueses são incrivelmente acessíveis e falam com qualquer pessoa sem reservas. Até a mandar pessoas embora de um sítio são simpáticos!