Na última semana falou-se muito sobre a Queda do Muro de Berlim. Na última semana eu li muito sobre o muro de Berlin. Na última segunda-feira comemoraram-se os 20 anos sobre a queda do muro.
Nos últimos tempos tem-se também falado sobre a questão dos minaretes na Suíça e do medo da "ocupação islâmica". Ironicamente, por um lado, festejamos a libertação e a união e, por outro, tentamos motivar a divisão. Por um lado assumimos os sinais do tempo e, por outro, tentamos rejeitá-los.
Com a queda do muro festejamos, um pouco, o capitalismo, que parece ter como consequência a globalização. Até aqui todos pareciam importar-se pouco com isso. Toda a gente parece adorar ter lojas da Zara onde quer vá, comparar os preços da Gant em vários países, etc. Mas quando se fala de construir locais de culto islâmico no ocidente ficamos de pé atrás. Quando é preciso assumir uma verdadeira consequência da globalização que não tem a ver com consumir, ficamos de pé atrás.
Definitivamente, ainda há muito a fazer na Europa e no mundo.
Dizia-se, no Público, que "hoje a imagem que estará talvez mais presente na mente das pessoas mais jovens já não é a da festa de Berlim mas a das Torres Gémeas de Nova Iorque. O que é feito das esperanças numa nova ordem mundial em que acreditávamos em 1989?". E a forma como faz sentido preocupa-me. O artigo está aqui.